PRIMEIRA CARTA DE PAULO AOS CORÍNTIOS
- Toni Amaral
- 22 de mai.
- 4 min de leitura

Artigo para o SEMINÁRIO CLERICAL PE.ALEIXO ALVES DE SOUZA, do CENTRO DE ESTUDOS RELIGIOSOS MONSENHOR JAMES INGALL WEDGWOOD.
Autor: Antônio Sérgio do Amaral Marra Maio 2025
Paulo, apóstolo de Jesus em seu ministério, realiza troca de cartas com a comunidade cristã estabelecida em Corinto, sendo esta comunidade constituída por ele, constituída principalmente por judeus, gregos e recém convertidos.
Diante de questões que necessitavam de orientações por parte do Apóstolo, Paulo escreve, respostas de maneira didática e fundamentada principalmente na sua experiência própria tanto em relação ao seu ministério, quanto em sua relação com o Mestre Jesus.
Estas instruções de Paulo ao longo do tempo se tornaram fundamentos da fé cristã e neste artigo irei me ater ao capítulo treze, no qual Paulo nos fala sobre O DOM MAIOR, O AMOR.
Antes de irmos diretamente ao capítulo no qual o Apóstolo nos apresenta sua visão de como deva ser praticado o amor pela comunidade cristã, o apóstolo apresenta anteriormente os dons de diversidade e unidade e tendo estabelecido uma relação da comunidade cristã com o corpo de Cristo, no caso, sua Igreja, Paulo deixa claro sua orientação para que todos aqueles que se apresentem, de alguma maneira, através de diferentes habilidades, possam contribuir para a missão da Igreja, principalmente esta orientação se faz necessária uma vez que os principais conflitos existentes naquela comunidade estariam diretamente relacionados às questões de quais dons seriam mais importantes e quais deveriam prevalecer. Paulo deixa claro assim, em sua analogia das pessoas como partes de um todo, no qual, cada pequena parte, jamais pode ser qualificada como dispensável.
Neste sentido, o Apóstolo deixa claro algumas ordens fundamentais, sobre como o projeto de Deus para a Igreja Cristã veio sendo edificado através da própria igreja, depois os apóstolos, os profetas, os mestres, os que realizam prodígios, dons de cura, entre outras tantas habilidades, e exatamente por esta diversidade de dons abordados pelo apóstolo anteriormente ao capítulo treze, é que o brilhante texto se faz fundamental, uma vez que o apóstolo deixa evidente que, independente de qual seja o dom, qual seja a tarefa, sem que haja o verdadeiro amor, de nada adiantaria.
Nos versículos iniciais o Apóstolo relaciona exatamente o fato de mesmo tendo habilidades, mesmo agindo com benevolência, sem que haja um amor verdadeiro, de nada adiantaria, fazendo com que o cristão busque antes de tudo, uma correta orientação ao amor de Cristo em suas ações, independente de quais sejam elas.
Nos versículos intermediários, o autor já nos direciona sobre sua visão de como se caracteriza este amor para o qual ele intencionalmente educa os cristãos, deixando evidente que não se trata apenas de um sentimento, ou seja, algo que venha da personalidade, mas acima de tudo, este amor vem da alma da criatura, estando relacionado com princípios nobres da existência humana, os quais transcendem a compreensão de que até então se tinha sobre o amor.
Já na parte final do texto, trazido por Paulo na carta, ele conclui fazendo uma linha do tempo sobre nosso desenvolvimento, desde a criança ao adulto e como este desenvolvimento se aplica exatamente em relação aos aspectos do amor, apresentado por ele anteriormente.
Também de fundamental importância para a conclusão deste texto, as relações que o autor faz entre as fases do desenvolvimento do ser humano e sua capacidade de se relacionar com as partes, para que a partir da chegada ao destino final, pudesse então, o ser humano se relacionar com o TODO e que somente através do AMOR esta jornada poderia se realizar em ressonância com os ensinamentos de Jesus.
Finalmente o autor busca dimensionar o amor em relação à fé e esperança, colocando o amor em primeiro lugar, o que demonstra a importância do amor exatamente na sustentação da fé e da esperança, características fundamentais ao desenvolvimento da personalidade do cristão.
Abaixo, faço questão de trazer o texto para reforçar a dimensão filosófica e existencial na qual o apóstolo trás, no sentido de relacionar exatamente diversos pontos de conflito para os quais ele destina esta carta, sendo que este texto do capítulo treze em específico, vai muito além de uma simples orientação para solução dos conflitos naquela comunidade, transformando-se em um dos pilares centrais da fé cristã ao longo dos tempos.
O amor
1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.
2 Ainda que eu tenha o dom de profecia, saiba todos os mistérios e todo o conhecimento e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei.
3 Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá.
4 O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
5 Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.
6 O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.
9 Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos;
10 quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.
11 Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.
12 Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma com que sou plenamente conhecido.
13 Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.
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